Liberdade midiática e dignidade da pessoa humana

análise após decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento do tema 786

  • Adrielly Letícia Silva Oliveira Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, SP, Brasil
  • Irineu Francisco Barreto Júnior Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil
Palavras-chave: Jornalismo Investigativo, Direito ao Esquecimento, Penas de Caráter Perpétuo, Dignidade da Pessoa Humana

Resumo

Este artigo propõe uma análise do jornalismo investigativo como contraponto a efetivação do direito ao esquecimento. Sua aplicação como um postulado interpretativo da igualdade transcende a discussão sobre a aplicação do direito ao esquecimento face aos casos criminais. Primeiro porque deve-se assegurar o respeito aos direitos fundamentais, de forma que seja respeitado a dignidade da pessoa humana e a impossibilidade de penas de caráter perpétuo. Segundo porque expressa mudanças na compreensão do direito a liberdade de informação, uma vez que esse não pode ser interpretado como um direito absoluto, de forma a desrespeitar as garantias fundamentais da Constituição Federal. Este ensaio examina o jornalismo investigativo face a sua aplicação prática na dificuldade de efetivação do direito ao esquecimento, a partir dos desenvolvimentos teóricos no campo do direito constitucional e do direito penal, para demonstrar a importância da construção de uma sociedade informacional que coíba o desrespeito ao direito ao esquecimento e a impossibilidade de penas de caráter perpétuo, como forma de construção de uma sociedade genuinamente democrática e com respeito a dignidade da pessoa humana.

Biografia do Autor

Adrielly Letícia Silva Oliveira, Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, SP, Brasil

Mestranda em Direito da Sociedade da Informação pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Pós-graduada em Direito Penal e Criminologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2021). Bacharela em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Irineu Francisco Barreto Júnior, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil

Pós Doutor em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP-SP. Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP. Professor do Programa de Mestrado em Direito da Sociedade da Informação e do Curso de Graduação em Direito da FMU-SP. Coordenador do Grupo de Pesquisa CNPQ Ética e Fundamentos Jurídico-Políticos na Sociedade da Informação. Professor do Curso de Pós-graduação em Direito Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Analista de Pesquisas da Fundação Seade –São Paulo.

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Publicado
28/01/2023
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